O glúten é uma proteína encontrada no trigo e em outros grãos como cevada, centeio e seus produtos. Existem três condições relacionadas ao consumo de glúten: a doença celíaca, sensibilidade ao glúten não-celíaca e alergia ao trigo.
Casos raros (por volta de 1% da população) são celíacos, um distúrbio autoimune associado à intolerância ao glúten, onde o sistema imunológico ataca a si mesmo danificando as paredes do intestino delgado, que ocasiona uma inflamação no intestino e pode levar algumas complicações de saúde e deficiência nutricional, porque o corpo não consegue absorver corretamente os nutrientes dos alimentos.
Os principais sintomas da doença celíaca incluem sintomas da síndrome do intestino irritável, como inchaço e dor abdominal, diarreia, perda de peso, gases, bem como manifestações sistêmicas, como dor de cabeça, fadiga, depressão, dores musculares e nas articulações, dormência nas extremidades, erupção cutânea ou anemia. Por enquanto não há cura e o único tratamento é suspender o consumo de alimentos com glúten.
Aqueles que suspeitam que podem ser sensíveis ao glúten devem primeiro receber uma avaliação para doença celíaca, que envolve exames de sangue e, em alguns casos, uma biópsia do intestino delgado. Se o resultado for positivo então deve-se seguir em uma dieta livre de glúten. Se o teste for negativo, deve-se tentar uma dieta mais saudável - mais frutas, vegetais, grãos inteiros e leguminosas - enquanto evita frituras, gordura trans, açúcares refinados.
Por que é importante obter um diagnóstico mesmo se você já estiver em uma dieta sem glúten? Um dos motivos é que a doença celíaca é hereditária, portanto o teste ajudará a informar toda a família sobre o risco. Em segundo lugar, porque os grãos integrais - incluindo trigo, cevada e centeio - promovem a saúde, por reduzir o risco de doenças coronárias, câncer, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas. Em terceiro, porque estudos têm demonstrado que a dieta sem glúten altera a composição da microbiota intestinal, diminuindo as bactérias benéficas e aumentando as espécies prejudiciais. E por último, mas não menos importante, porque se de fato tiver a doença celíaca deverá ter atenção e ler os rótulos de alimentos que comprar para erradicar todas as fontes de glúten da sua alimentação.
Mas e quanto às pessoas que não têm doença celíaca, mas podem ser sensíveis ao glúten? Foi levantada a possibilidade de que alguns casos de síndrome do intestino irritável, por exemplo, podem melhorar com uma dieta sem glúten.
O glúten em si pode não estar causando os sintomas intestinais. Há muitas pessoas com alergia ao trigo, o que se junta a outras alergias alimentares como à proteína do leite de vaca e aos ovos. O aparente aumento da alergia/sensibilidade aos alimentos nas últimas décadas pode ser devido à exposição a poluentes químicos como os agrotóxicos.
Não há evidências que sugiram que a população em geral deva manter uma dieta sem glúten, a não ser para aqueles realmente diagnosticados com doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade ao glúten, onde a dieta sem glúten de fato é absolutamente necessária e pode salvar vidas.
E se esse é o seu caso é importante que coma outros grãos integrais como a quinoa e o trigo sarraceno por exemplo, já que alguns alimentos livres de glúten disponíveis no mercado foram feitos com grãos refinados e, por isso, são menos nutritivos, pois perdem vitaminas, minerais e fibras. Substitutos à farinha de trigo também incluem tapioca, milho e seus produtos, farinha de grão-de-bico e farinha de arroz.
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